Portugal: Um setor madeireiro muito dinâmico

5 de abril de 2018

Dotado atualmente de uma indústria de transformação da madeira muito desenvolvida, Portugal nem sempre foi um «país florestal». Até ao final do século XVIII, Portugal conheceu uma desflorestação desenfreada.

Só já no século XX, com a adoção do Plano de Repovoamento Florestal de 1938 (Lei n.º 1971, de 5 de junho de 1938) e com a criação do Fundo de Fomento Florestal de 1945 (Decreto-Lei n.º 34 394, de 27 de janeiro de 1945), a tendência começou a ser invertida. Atualmente, a floresta cobre 40 % do território português e satisfaz uma economia florestal extremamente dinâmica.

Destaque para um país com espécies produtivas direcionadas

Uma paisagem florestal em constante evolução

Importa sublinhar que a área ocupada pelas florestais portuguesas aumentou quase 80 % no decurso do último século. No final do século XVIII, a taxa de florestação nacional não ia além dos 7 %. Durante séculos, Portugal sofreu uma desflorestação intensiva e desordenada, sem que tenha sido adotada qualquer política ou tomada qualquer iniciativa de reflorestação. Só na década de 1940 foi adotado um Plano de Repovoamento Florestal, a que se seguiu, alguns anos depois, a criação de um Fundo de Fomento Florestal.

Presentemente, a floresta cobre 40 % do território português.

Atualmente, muitas terras incultas ou de agricultura marginal vão sendo progressivamente abandonadas, o que permite pressagiar excelentes perspetivas de desenvolvimento florestal.

Nas últimas décadas, foram plantados 37 000 hectares de dunas e 300 000 hectares de montanha, o que demonstra a vontade de desenvolver os povoamentos, por parte tanto dos poderes públicos como dos proprietários privados. Até agora, este últimos confiavam os trabalhos florestais a agricultores, existindo no país muito poucas empresas florestais, situação que se está a alterar. Por outro lado, no norte do país, a propriedade é muito fragmentada.

Em contrapartida, no sul, as propriedades florestais têm em média 32 hectares de superfície e estão frequentemente associadas à pecuária extensiva e à exploração do montado. Com efeito, as importantes campanhas de reflorestação incidiram, nomeadamente, no sobreiro (17 %), no sul do país, cujo potencial agroflorestal é muito apreciado.

Além do sobreiro, podemos referir vastas florestas de pinheiro-bravo no norte e no centro do país, talhadias de eucalipto de revolução curta, sobretudo nas zonas litorais mais chuvosas, em que compete com o pinheiro-bravo. As florestas de azinheira (azinhais) encontram-se nas regiões meridionais e no interior do país, onde o clima mediterrânico se faz sentir de forma mais acentuada. O sobreiro encontra-se no norte e no litoral sul, enquanto a azinheira, como já referimos, se encontra no sul do país.

Um povoamento de origem artificial

Conforme já referimos, Portugal sofreu uma intensa desflorestação até ao final do século XVIII, o que explica que a maior parte dos povoamentos seja de origem artificial e dominados por apenas quatro espécies, a saber:

  • O pinheiro-bravo
  • O sobreiro
  • A azinheira
  • O eucalipto-comum

O eucalipto é a principal espécie florestal de Portugal, cobrindo mais de 800 000 hectares. A produção de papel é, pois, uma indústria florescente.

As folhosas ocupam 58 % do território, contra 42 % de resinosas. Observa-se igualmente um recuo da presença de pinheiro-bravo, o que é parcialmente atribuível aos incêndios florestais.

 

As espécies supramencionadas são muito exploradas, apesar de o reduzido diâmetro dos troncos serrados proporcionar rendimentos mais ou menos significativos para os proprietários privados. Em contrapartida, conforme já referimos, a economia do papel é florescente.

Uma economia da madeira

De acordo com os dados recolhidos no sítio Web do Parlamento Europeu, Portugal poderá ser o único país da União Europeia com um setor madeireiro excedentário, o que não deixa de ser notável.

Com efeito, a indústria de transformação da madeira está muito desenvolvida, apoiada numa produção significativa da floresta artificial. Portugal é, aliás, o principal produtor mundial de cortiça, produto que tem um peso considerável no setor.

A resinagem é uma atividade artesanal com tradição secular.

A recolha da seiva (ou resina) é tradicionalmente realizada pelos agricultores e proprietários florestais, mas representa igualmente um nicho de emprego não negligenciável. No presente, a produção de resina enfrenta a concorrência da China, da Indonésia e do Brasil, países que dispõem de mão de obra a preços muito competitivos.

A pecuária, a apicultura e a caça - desde 1986 adaptada às convenções internacionais e às diretivas comunitárias - são outras tantas fontes de rendimento complementares da floresta portuguesa. Possuindo igualmente florestas jovens que favorecem uma economia dos produtos derivados da madeira, Portugal é inquestionavelmente um país de futuro para a floresta.

O papel, a cortiça e a essência de eucalipto são apenas os derivados mais conhecidos. Embora se revistam já de grande importância, as florestas portuguesas oferecem ainda inúmeras possibilidades de desenvolvimento económico.

Um país que não disse ainda a sua última palavra em matéria florestal...

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