O Mercado das Florestas em França
Setor de atividade muito dinâmico, o mercado das florestas em França não é imune aos imponderáveis da economia nacional ou mesmo internacional. De acordo com o indicador do Mercado das Florestas em 2016, elaborado pela SAFER e pela Société Forestière de la Caisse des Dépôts et Consignations, o preço das florestas começou a subir em 2015, após quatro anos de estabilidade.
Desde 1997, o preço médio da floresta francesa duplicou.
Este facto está seguramente relacionado com o preço das terras agrÃcolas, muito valorizadas, que não para de aumentar. As florestas situadas no norte da bacia parisiense são, de longe, as mais caras, a que não é certamente alheio o facto de serem as mais raras!
Uma floresta não se compra ao acaso. Frequentemente, distinguimos a compra de 1 a 10 ha, que decorre da vontade de possuir um pedaço de natureza ou de se abastecer em madeira, mas também de investir, quando se trata de propriedades muito mais vastas, o que traduz o desejo de investir e, simultaneamente, praticar uma atividade de lazer muito apreciada: a caça.
De um modo geral, as áreas mais pequenas são adquiridas por pessoas do meio rural, agricultores e particulares
Pretendem, essencialmente, ter lenha e realizar um investimento seguro. Nos últimos anos, os particulares aumentaram as suas compras em 4%, o que os posiciona como principais compradores do mercado.
Após quatro anos de estabilidade de preços, o preço das florestas voltou a aumentar a partir de 2015. Importa referir que o número de transações não cessa de aumentar, dinamizado pelo número de parcelas de 1 a 10 ha transacionadas.
Em contrapartida, as transações de florestas com mais de 100 ha registaram uma acentuada descida. Com efeito, nos perÃodos de instabilidade económica, os grandes proprietários preferem conservar o património. A opção são os investimentos seguros.
O mercado das florestas em França está intrinsecamente ligado a uma economia da floresta
Esta economia tem em conta a evolução da sociedade de acordo com valores ambientais mundiais. A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas que decorreu em Paris em 2015 é a prova desta evolução, iniciada, muito antes, com o Protocolo de Quioto de 1992.
Doravante, será necessário considerar a floresta, antes do mais, como uma armadilha para o CO2 que permite a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Com efeito, através da captura de dióxido de carbono pela fotossÃntese e ao armazenamento de carbono nas árvores e nos produtos à base de madeira, o setor madeireiro desempenha o papel de atenuador das alterações climáticas. Aliás, o acordo final da Conferência de Paris reconhece a importância da agricultura e da silvicultura na luta contra as alterações climáticas.
Estamos, pois, perante um mercado que está sujeito à s decisões polÃticas europeias e mundiais no que se refere ao respeito de determinadas regras, mas que também beneficia de ajudas, nomeadamente do FEADER. Este fundo europeu apoia projetos relacionados com o setor da madeira para energia e com a renovação do setor madeireiro, nomeadamente, financiando a construção de caminhos florestais e a rearborização.
O mercado das florestas dinamiza uma economia que cria emprego e que é fonte de energia. Numa perspetiva global da floresta em França, estes fatores devem ser tidos em conta, tanto mais que os poderes públicos incentivam cada vez mais o investimento florestal como resposta às evoluções ambientais.